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segunda-feira, 17 de novembro de 2008

A idéia da Relatividade


A idéia da Relatividade
Os jovens da tribo se olharam entre si, curiosos, quando o velho chefe começou a
acender uma pequena fogueira muito próxiam do rio. O frio era tão intenso naquela noite (a mais longa do ano, o ponto máximo do inverno) que
até os riachos estavam congelados.
Com gestos lentos e
precisos pôs sobre o fogo uma panela cheia de água. Enquanto a água
aquecia, estendeu uma esteira no chão e colocou sobre ela três
vasilhas de barro vazias.
Quando a água
começou a borbulhar, quase a cem graus, o velho chefe a colocou na vasilha que tinha à sua direita.
Depois apanhou do riacho a água gelada quase a zero grau, a ponto de congelar-se, e a colocou na vasilha que estava à sua esquerda.
No recipiente do meio misturou água fria e quente em partes iguais, adicionando um pouco de uma infusão medicinal que estava tomando.
Os jovens prestavam atenção em silêncio, com mais curiosidade. O chefe pediu a um deles:
- Ponha a mão direita na água gelada e a mão esquerda na água quente e deixe-as assim por um instante.
O velho respirou fundo três vezes, inspirando e expirando lentamente. Não tinha relógio e não precisava dele pois sua noção do tempo era perfeita. Media com exatidão o ritmo do tempo observando o ritmo do seu próprio corpo: a respiração, a pulsação do sangue nas veias, o compasso do coração e também o movimento e o brilho da lua, do sol e do céu estrelado.
- Agora tire as mãos e as coloque na vasilha do centro - disse ao jovem - Como está a água agora?
Surpreendido, o jovem respondeu que sentia calor na sua mão direita e frio na esquerda. Na mão direita, que estava na água fria, sentia que a água da vasilha do meio estava quente; a mão que estava na água quente, sentia-a fria, mesmo tendo as duas mãos submersas na mesma vasilha.
O velho falava pouco nos momentos em que transmitia seus conhecimentos mais importantes. Os ensinava com calma e às vezes repetia a experiência com vários jovens até comprovar que todos haviam entendido bem a lição. Outras vezes se detinha em algumas frases antes de chegar à conclusão, para que os jovens a completassem:
- A água pode estar fria ou quente; depende de como esteja sua mão...
Respirou, olhou de novo o jovem, tirou suas mãos da vasilha e continuou:
- Como tudo o que acontece na vida... pode ser bom ou mau. Isso depende de que?.
- De mim mesmo - respondeu o jovem índio, contente com a liçaõ que não esqueceria nunca mais.
O velho chefe indígena, muito antes que Albert Einstein, transmitia aos jovens de sua tribo a idéia da relatividade.

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